Dificuldades na Memória
Problemas para se lembrar de eventos recentes e dificuldade em aprender novas informações.
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que afeta a memória, o pensamento e o comportamento. É a forma mais comum de demência, que é um termo usado para descrever um declínio nas funções cognitivas que interfere na vida diária. É importante ressaltar que, embora o Alzheimer seja uma forma de demência, existem várias outras condições que também podem levar ao declínio cognitivo. Um estudo divulgado feito pelo professor da University of Mississippi Medical Center, Juebin Huang, diz que a doença de Alzheimer é responsável por 60-80% dos casos de demência, além disso a condição tende afeta mais as mulheres do que os homens, segundo a pesquisa em parte é porque as mulheres vivem mais.
Segundo a médica neurologista Karen Socher, no Brasil atualmente, existem duas formas de identificar a doença “Existe o diagnóstico clínico que é feito por meio da avaliação neuropsicológica com testes cognitivos, diretamente no consultório médico, existe o diagnóstico biológico para avaliar a presença do acúmulo de proteínas no cérebro por meio de exames de imagem ou função lombar para realizar a dosagem do licor dessas proteínas da doença de Alzheimer que é a proteína beta amilóide.’
A Beta-amiloide citada pela médica é uma proteína que, quando está saudável, ajuda o cérebro de várias maneiras. No entanto, em pessoas com Alzheimer, ela se acumula e forma placas, segundo o estudo da revista “Ciência e Saúde” essas placas se juntam entre as células do cérebro, como se fossem “lixo” que impede as células de se comunicarem. Isso pode causar inflamação e, eventualmente, a morte dessas células. Assim como a proteína tau que se torna anormal e forma emaranhados dentro das células, fazendo com que os “suportes” quebrem. Isso impede que as células funcionem corretamente e pode levar à morte celular, especialmente os neurônios, dessa forma os emaranhados danificam as células de dentro. E juntas, essas proteínas causam danos no cérebro, levando a problemas de memória e outras dificuldades que caracterizam o Alzheimer.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Alzheimer costuma evoluir para vários estágios de forma lenta e inexorável, ou seja, não há o que possa ser feito para barrar o avanço da doença. A partir do diagnóstico, a sobrevida média das pessoas acometidas por Alzheimer oscila entre 8 e 10 anos. O quadro clínico costuma ser dividido em quatro estágios:
Um indivíduo assintomático pode ter mudanças biológicas de Alzheimer no cérebro, mas nenhum sintoma cognitivo. As marcas registradas de Alzheimer, como acúmulo de amiloide, podem estar presentes até 20 anos antes de alguém exibir mudanças na memória, pensamento ou comportamento.
Dificuldades sutis na memória e na cognição, porém ainda sem afetar significativamente o dia a dia.
Avaliações regulares e intervenções precoces podem ajudar a retardar a progressão da doença.
Pequenas mudanças no estilo de vida podem facilitar a manutenção da independência.
Problemas para se lembrar de eventos recentes e dificuldade em aprender novas informações.
Alterações sutis na personalidade, como esquecimento, confusão e menor iniciativa.
Apoio de familiares e profissionais de saúde torna-se essencial para manter a qualidade de vida.
Nesta fase, os problemas de memória e dificuldades cognitivas se intensificam, pacientes podem ter dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos. Agitação e insônia também são características desse estágio.
Perda quase total da memória e da capacidade de realizar atividades básicas de forma independente.
Nesta etapa, são necessários cuidados intensivos já que existe uma resistência à execução de tarefas diárias. Os pacientes poder ter incontinência urinária e fecal. Dificuldade para comer. Deficiência motora progressiva.
Familiares e cuidadores desempenham um papel crucial na manutenção da dignidade e do conforto.
Muitos pacientes podem ficar em restrição ao leito, mutismo, dor à deglutição e unfecções intercorrentes.
O foco passa a ser o conforto e o controle dos sintomas, com cuidados especializados para aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida. O tratamento inclui a gestão de complicações como infecções, desidratação e mudanças na deglutição.
A doença afeta gradualmente diferentes áreas do cérebro, causando declínio cognitivo e funcional.
A progressão do Alzheimer pode variar, com alguns casos avançando mais rapidamente.
O acompanhamento médico e o suporte de familiares e cuidadores são cruciais ao longo da jornada.
Essas placas se juntam entre as células do cérebro, como se fossem “lixo” que impede as células de se comunicarem.
é uma substância presente nas células do cérebro, principalmente nos neurônios, que ajuda a manter a estrutura e o funcionamento adequado dessas célula
Esses emaranhados atrapalham o funcionamento normal dos neurônios, levando à perda de células cerebrais e à deterioração cognitiva.
As proteínas são blocos de construção importantes para o nosso corpo, incluindo o cérebro. No Alzheimer, duas proteínas importantes, a amiloide beta e a tau, se dobram de forma errada e se juntam, formando placas amiloides e emaranhados neurofibrilares. Essa interrupção leva à perda de neurônios e à deterioração cognitiva característica do Alzheimer.
Atualmente não há cura para o Alzheimer, mas há prevenções, a neurologista Karen Socher lembra que 50% das demências, no geral, elas têm fatores de risco modificáveis e os fatores de risco modificáveis acumulam-se ao longo da vida e tornam-se relevantes por volta dos 40 anos. “É essencial cuidar da saúde auditiva, monitorar o colesterol LDL, e manter a saúde mental, já que a depressão é um risco significativo. Evitar acidentes que causem traumatismos cranianos e fazer exercícios físicos são igualmente importantes.’’
“O tratamento farmacológico hoje disponível é apenas para retardar a progressão da doença. Algumas medicações são disponíveis pelo SUS e tem aqui no Brasil e tem outras medicações mais novas que só por via de importação e que ainda não tem liberação pela Anvisa, mas nenhuma delas é para a progressão, apenas retarda” destaca Socher.
A médica ainda ressalta que controlar a diabetes é crucial, pois a hiperglicemia e a hipoglicemia podem afetar a memória e contribuir para a progressão da doença de Alzheimer. Outros fatores de risco incluem tabagismo, hipertensão descontrolada, obesidade e consumo excessivo de álcool, que deve ser limitado a até duas taças de vinho por semana. A redução de 14 fatores de risco pode diminuir a probabilidade de desenvolver a condição em quase 50% das pessoas.
Fontes:
Artigo sobre a doença; Organização Mundial da Saúde e entrevista com a médica neurologista, Karen Socher.